20.10.11

Rabiscos!

Ontem no blog da Lola aconteceu uma discussão muito interessante sobre como poder identificar uma obra como feminista, a lista ia de filmes a mangás, daí como sempre ocorre por lá surgem boas idéias paralelas, desta vez foi a idéia da criação de um grupo para realização de obras ficcionais levando em consideração uma temática feminista, que tenha um diálogo mais aproximado para nós mulheres :)

Eu achei a idéia sensacional! (Pena que para narrar fatos eu seja péssima) Então eu sugeri contruibuir com desenhos (não desenho lá essas coisas, mas quem sabe né?).

Bom fica ai as imagens de um rascunho que fiz para uma HQ que estou planejando terminar ano que vem (promessas de ano novo, rs). Contando um pouco da minha história.






16.10.11

Coisas de mãe


Quando era pequena eu não sabia se detestava os comportamentos da minha mãe ou se a admirava por ser como ela era: autonoma, teimosa, durona.

Ela sempre teve um jeitão meio particular de educar, desbocada como ela só não gostava de corpo mole por pate das suas filhas e sempre respondia com uma certa frieza às nossas perguntas bobas fruto da indecisão infatil:

"-Não posso pensar por você, já te disse o que eu acho e isso basta"

Isso se aplicava também as nossas ações particulares, se queríamos satisfazer um desejo, teríamos que correr atrás deles sozinhas, certa vez, quando fui pedir para que ela pegasse o pote de biscoitos que estava bem lá em cima do armário, ela respondeu simplesmente:

"-Dê um jeito de subir e pegar, quando eu morrer como vai ser? Vai morrer de fome ou se virar?"

Usei um banquinho para subir sobre a pia, apoiei um dos pés sobre as prateleiras de louça e alcancei o pote, desequilibrei e cai, na queda bati a cabeça na mesa, criou um "puta" calo e ralei o cotovelo.Mas consegui pegar os benditos biscoitos.Sai de lá feliz.

Meu pai quando chegou do trabalho me viu toda ralada, perguntou o que houve e quando eu lhe contei a história, foi reclamar com a minha mãe, perguntou por qual motivo ela não pegou o pote pra sua filha.

Ela rebateu dizendo que as filhas deles deveriam aprender a se virarem sozinhas, meu pai ainda tentou fazê-la se sentir culpada por eu ter me machucado:

"-Vão se os calos, fica a maturidade, ninguém cresce sem se machucar um pouquinho"

10.10.11

Xeno

Estou chateada mas não surpresa, nesses últimos dez dias me deparei com uma figura desagradável, um troll que andou me perseguindo no blog da Lola (que é feminista, recomendo ‘fortemente’ a sua leitura, rs).

O dito cujo não poupou xingamentos para que eu me sentisse mal por não ter nascido aqui nessas terras, segundo sua argumentação (ofender gratuitamente não é argumentar) era de que eu como estrangeira roubava um emprego de um brasileiro natural.

Isso é ridículo, por dois pontos principais: primeiro, consegue o emprego na área quem tiver maior capacidade de formação e experiência, isso não dependerá da sua naturalidade e segundo que o inverso também seria verdadeiro se a “premissa” do rapaz fosse lógica, não estaria então um brasileiro roubando empregos lá fora? Pensar dessa forma é tão pobre, essa forma protecionista é tão século XX que prefiro imaginar que você ao tomar contato com outra cultura está acrescentando novas idéias para forma de agir e não subtraindo.

Na verdade eu avaliei essa questão mais sobre a perspectiva do choque, ou falta de costume de lidar com a situação, confesso que ao vir pra cá ouvi muita coisa idiota, mas a maioria eram apenas comentários inocentemente ignorantes de pessoas que queriam expressar sua curiosidade, nada que machuque.

Quando você é nova em um lugar todo mundo quer te conhecer melhor (alguns com segundas, terceiras e QUARTAS intenções but) isso é natural, quando você é nova e “exótica” daí que a curiosidade surge MESMO.

Querem saber de tudo, o que você come, o que veste, que tipo de música tem por lá, enfim, as perguntas são infinitas e plurais (algumas já vem com julgamento de valor embutidas)e vão desde:

“COMO ASSIM? Você come pipoca no café da manhã? Sério? Nofffaaaa!”
“Vocês jogam bola? Como? A bola é branca.....ah! Lá as bolas oficiais são laranja?Que feio...digo, que legal !”

Mas isso eu “tirei de letra” como se diz por aqui, o problema é quando alguém acha que por ser de fora a sua pessoa automaticamente não vai se encaixar no “padrão”. Daí que vêm as verdadeiras abobrinhas (alguém me explica pq no Brasil ‘abobrinha’ é sinônimo de ‘bobagem’?).

Dizem que você é branquela de dar dó, que você é tão branquela que dá pra ver suas veias da barriga, ou melhor, suas tripas sem a ajuda de um raio-X, ou então ao ir a praia tu vai derreter, pq né? Se o lugar da onde você veio tinha muito gelo, você só pode ser de gelo também.

Acham que você tem “coração de gelo” que sua timidez está no sangue ou então que você não gosta dos animais, não consegue criar laços afetivos e está pouco se importando para o criança esperança, sim você é praticamente o Exterminador do Futuro, mal muito mal, mata gatos e come com mingau.

Confesso que tudo isso é muito leve se for comparar de perto com pessoas nativas de outros lugares que não sejam vistos fantasiosamente como “de primeira linha”. Uma coisa é você ser egressa de um país distante da Europa, mas que as pessoas pensem se tratar de um cenário de dungeons and dragons. Outra coisa é você vir de uma cordilheira por exemplo.

14.9.11

Orgulho



A rivalidade entre eles era de longa data, somente Hakkinen conseguia competir de igual pra igual com o Schumi :)